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Entrevista ao especialista da Philips desmistifica os OLEDs, por Erlei Gobi
Revista Lume Arquitetura

Entrevista ao especialista da Philips desmistifica os OLEDs, por Erlei Gobi

L U M E     A R Q U I T E T U R A  6  e n t r e v i s t a L U M E     A R Q U I T E T U R A  6  Dietrich Bertram Especialista da Philips desmistifica os OLEDs Por Erlei Gobi N o momeNto em que o LeD vem gaNhaNDo espaço DefiNitivo   no mercado mundial de iluminação, uma nova tecnologia está se desenvolvendo rapidamente. Desde 2000, a Philips pesquisa sobre OLED (Organic Light Emitting Diode) para a iluminação. Em 2002, instalou uma linha de produção piloto em Aachen, na Alemanha, fundando, posteriormente, o centro de negócios para a iluminação OLED, hoje uma unidade de negócios globais dentro da empresa.  Em 2010, foi inaugurado o Laboratório Lumiblade Creative, na  mesma cidade, permitindo aos visitantes uma experiência prática em  um  estágio  muito  inicial  de  desenvolvimento  da  tecnologia. Recentemente, a Philips anunciou o investimento de cerca de 60 milhões de dólares para expandir significativamente sua capacidade de fabricação, o que tornará os OLEDs muito mais acessíveis.  Nesta entrevista exclusiva, Dietrich Bertram, gerente do Business  Center OLED Lighting da Philips Iluminação, fala sobre sua experiên-cia no setor; o desenvolvimento e desempenho desta fonte de luz, além das principais diferenças e semelhanças entre LED e OLED; as aplicações comerciais desta nova tecnologia e de como a Philips enxerga a entrada dos OLEDs no mercado brasileiro de iluminação. Divulgação

L U M E     A R Q U I T E T U R A  7 Lume Arquitetura: Gostaríamos de saber um pouco mais sobre sua carreira. Qual a sua formação acadêmica? Como você entrou para o setor de iluminação?Dietrich  Bertram:  Sou  formado  pela Universidade de Marburgo, na Alemanha, onde  desenvolvi  trabalhos  sobre  LEDs. De lá, ingressei no Instituto Max-Planck de  Pesquisas  do  Estado  Sólido,  em Stuttgart, onde obtive o Ph.D. no grupo do  Professor  von  Klitzing  fazendo  pes-quisas  fundamentais  em  sistemas  do tipo LED. Depois de um pós-doutorado de  dois  anos  no  Laboratório  Nacional de Energia Renovável, em Golden (CO), EUA,  trabalhando  em  células  solares híbridas inorgânicas-orgânicas, ingressei na Philips Research, em 1999.   Na Philips Research, concentrei-me  em sistemas de LED orgânico para dis-plays e iluminação, antes de ser transferi-do para Philips Lighting, em 2003. Depois de  trabalhar  um  ano  no  escritório  de tecnologia corporativa da Philips Lighting, onde, entre outras coisas, ajudei a definir a estratégia de de iluminação no estado sólido, em LEDs orgânicos e inorgânicos, fui nomeado gerente do Business Center OLED  Lighting  (casa  do  Lumiblade)  na Philips Iluminação, em 2004. Lume  Arquitetura:  Você  poderia  nos contar um pouco mais sobre a história da Philips em relação ao desenvolvimento da tecnologia de OLED?Dietrich Bertram: A Philips tem pesqui-sado o OLED desde 1990. Os primeiros projetos foram em OLEDs para display, o que levou à introdução no mundo do primeiro  polímero  com  base,  em  2002. Por volta de 2000, a Philips começou a pesquisa sobre OLEDs para a iluminação. Os resultados foram muito promissores, portanto, a Philips decidiu, em 2004, se concentrar  em  OLEDs  apenas  para  a iluminação. Em 2007, houve a instalação de uma linha de produção piloto em Aa-chen (Alemanha) e mais tarde fundamos o centro de negócios para a iluminação  OLED,  hoje  uma  unidade  de  negócios globais dentro da Philips. Recentemen-te,  anunciamos  um  investimento  de  40 milhões de euros (cerca de 60 milhões de dólares) para aumentar a capacidade de produção em Aachen. Lume Arquitetura: Como estão as pes-quisas da Philips em relação ao desem-penho, eficiência, tempo de vida, manu-tenção do fluxo luminoso, IRC, distribuição de luminância e intensidade do OLED?Dietrich Bertram: A Philips sempre busca melhorar a tecnologia OLED. A empresa vende sob o nome Lumiblade. O mesmo vale para outros produtos que utilizam a  tecnologia.  Atualmente,  nossos  OLEDs alcançam 20 lúmens por Watt em branco quente e RGB, até 3.000 cd/m² de brilho e tem vida útil de até 15.000 horas. Re-centemente introduzimos o painel OLED Lumiblade  PLUS  com  45  lm/W,  a  mais eficiente no mercado mundial de OLED. Então, estamos em um bom caminho. Lume Arquitetura: Quais serão os itens de diferenciação entre os fabricantes de OLED?  Lúmens  por  watt?  Flexibilidade do material? Vida útil? Como é a Philips neste cenário?Dietrich  Bertram:  A  tecnologia  OLED ainda é uma tecnologia nova. O objetivo da Philips é ser a líder em iluminação, o que inclui OLED. A empresa está determi-nada a oferecer soluções com iluminação  OLED que melhorem a vida das pessoas, trabalhando próximo aos clientes para se certificar de que o OLED se encaixa per-feitamente em sua aplicação. Para apoiar esta abordagem, lançamos o Laboratório Lumiblade Creative em Aachen, em 2010, permitindo aos nossos clientes uma expe-riência prática de nossos OLEDs em um estágio muito inicial de desenvolvimento da tecnologia. O conceito é muito bem sucedido e estamos planejando expandir no futuro o alcance global do Laboratório Lumiblade Creative. É claro, esforçamo-nos  para  oferecer  alta  qualidade,  com desempenho, a preços atrativos. Lume  Arquitetura:  Quais  são  as  prin-cipais  semelhanças  e  diferenças  entre LED e OLED?Dietrich Bertram: LEDs e OLEDs geram luz por semicondutores – basicamente estimulando elétrons em seus compo-nentes  com  uma  carga  elétrica.  Eles também compartilham a capacidade de criar efeitos de cores, que vão além da capacidade de lâmpadas incandescen-tes, e potencial para se tornar fontes de luz  –  extremamente  econômicas.  Mas existem inúmeras diferenças entre LEDs e OLEDs em sua fabricação, no tipo de luz que produzem e na forma como eles podem ser usados.  Uma  diferença  chave  é  que  os  OLEDs estruturais são criados utilizando semicondutores orgânicos, enquanto os LEDs são construídos a partir de cristais de  materiais  inorgânicos.  As  maneiras pelas quais as moléculas de materiais orgânicos podem se combinar e intera-gir são muito mais extensas do que em materiais  inorgânicos,  o  que  aumenta significativamente  o  potencial  de  de-senvolvimento de OLEDs. Os LEDs são fontes de luz pontuais que criam um nível muito alto de brilho em uma forma com-pacta, tornando-os uma solução perfeita para dar formas nítidas com feixes bem controlados.  No  entanto,  OLEDs  são fontes de luz difusas por natureza. Eles  A Philips anunciou um  grande investimento de cerca  de 60 milhões de dólares para  expandir significativamente  as capacidades de  fabricação de OLEDs. 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L U M E     A R Q U I T E T U R A  8  emitem uma nuvem suave de luz e são adequados para criar uma sensação de ambiência, atmosfera agradável e para a iluminação de ambientes em geral. Lume Arquitetura: Nos países mais de-senvolvidos, as instalações com LED já ocorrem com frequência. No entanto, em outros mercados com grande potencial, como  os  países  em  desenvolvimento, ainda  acontecem  timidamente.  Como você acredita que a implementação de OLED será realizada em países que só agora  estão  absorvendo  a  tecnologia LED?Dietrich  Bertram:  Pensamos  que  o OLED tem um grande potencial, mesmo se as tecnologias de iluminação antigas como  as  lâmpadas  incandescentes mantiverem um grande mercado. Como o OLED é uma fonte de luz totalmente nova, com novas aplicações, é totalmen-te bem-vinda. Os clientes vão adorar a aparência  da  luz,  independentemente do local onde vivem e irão naturalmente adicionar  OLEDs  às  suas  instalações de  iluminação  existentes.  Além  disso, o  OLED  não  é  a  próxima  geração  de LED.  Portanto,  se  as  pessoas  desses países não mudaram para LEDs, ainda podem considerar o uso de OLEDs na iluminação  de  ambientes.  Para  esses, no entanto, os preços ainda são muito altos.  Mas  teremos  uma  queda  clara nos preços nos próximos anos para as tecnologias,  e  o  OLED  será  acessível. Essa é uma das razões pelas quais es-tamos cooperando com o Instituto Certi no Brasil – para desenvolver aplicações para mercados como o sul-americano. Lume  Arquitetura:  No  Brasil,  as  lâm-padas  incandescentes  serão  banidas até  2016.  Você  acredita  que  este  fato contribuirá  para  reforçar  o  uso  do  LED e  acelerar  a  entrada  de  OLED  neste mercado?Dietrich Bertram: A proibição das lâm-padas  incandescentes  vem  por  uma  razão muito boa: economia de energia e CO². As novas tecnologias de iluminação terão, portanto, um efeito muito positivo sobre a vida sustentável e a preservação do planeta para nós e para a geração dos nossos filhos. LED é uma boa es-colha, uma vez que – dependendo do que você comprar – poderá executá-lo em seus antigos dispositivos elétricos, economizar energia, dinheiro e CO², con-sequentemente.  OLEDs,  porém,  ainda são uma área difusa de fonte de luz. As pessoas terão primeiro que saber mais sobre essa fonte de luz e a forma de usá-la, mas o que irá pesar nessa mudança é o fato de ser uma iluminação verde, que preserva as características positivas da lâmpada elétrica – luz branca morna, com reprodução muito boa de cor e uma aparência agradável – mas muito mais eficiente. Lume Arquitetura: No início da imple-mentação  da  tecnologia  LED  e  CFL, temos verificado a entrada de produtos de  baixa  qualidade  e  baixo  preço  no mercado brasileiro. Há o risco deste fenô-meno acontecer novamente com OLED?Dietrich Bertram: A tecnologia OLED é muito sofisticada. Você precisa saber o que está fazendo, e mesmo que tenha o dinheiro não há maneira de comprar uma unidade de produção e estabelecer pro-dutos de baixa qualidade e mais baratos para o mercado. Portanto, eu não acho que  esse  fenômeno  volte  a  acontecer. A  Philips  é,  como  de  costume,  com-prometida com a mais alta qualidade e soluções significativas também para as novas tecnologias. Lume  Arquitetura:  Quanto  tempo  vai demorar  para  produtos  OLED  ficarem prontos para uso em larga escala?Dietrich  Bertram:  Produtos  OLED  já estão  no  mercado,  embora,  de  fato, em  mais  aplicações  decorativas  e  de disponibilidade limitada. No entanto, a Philips  acaba  de  anunciar  um  grande  investimento de cerca de 60 milhões de dólares para expandir significativamente as  capacidades  de  fabricação.  Assim, nos próximos um ou dois anos, os OLEDs se tornarão muito mais acessíveis. Lume  Arquitetura:  Atualmente,  quais são as principais aplicações para OLED?Dietrich  Bertram:  Lumiblades  Philips são usados de duas formas. Uma, em um ambiente mais artístico, é usada por designers  de  iluminação  como  Jason Bruges  ou  rAndom  International  para suas instalações de arte. Esculturas de luz como a “Mimosa”, de Jason Bruges, ou “You Fade to Light”, da rAndom Inter-national são muito bem percebidas pelos seus clientes. A tecnologia também é uti-lizada em luminárias de design de ponta, como o “Edge”, lâmpada de mesa da Established & Sons, ou o acessório de decoração  “O’Leaf”,  da  Modular.  As luminárias  são  os  primeiros  produtos de OLED acessíveis no mercado. E eles mostram claramente que esta tecnologia chegou ao mercado. Lume Arquitetura: Como você vê o po-tencial do mercado brasileiro de OLED?Dietrich  Bertram:  Acho  que  o  merca-do  brasileiro  tem  um  grande  potencial para  os  OLEDs.  Os  brasileiros  são conhecidos  por  seu  bom  gosto  e  sua demanda por produtos de alta classe, em combinação com um bom design, que proporciona beleza e performance. Philips Lumiblade OLED tem o objetivo de  entregar  os  produtos  exatamente para estas necessidades, por isso, espe-ramos uma forte ressonância de nossos produtos no Brasil. Lume  Arquitetura:  A  Philips  produz OLED apenas na Alemanha. Há planos de produzi-lo em outros países, como o Brasil, por exemplo?Dietrich  Bertram:  A  empresa  não  co-menta sobre planos estratégicos ou de produção. L U M E     A R Q U I T E T U R A  8