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APC by Schneider Electric

Projeto de data centers eficientes e ecológicos: desde a planta até o contato

Publicado: 10 de abril de 2011 Categoria: Artigos de produto

A eficiência elétrica em data centers não é precisa em instalações no mundo real. As estimativas de perdas elétricas são feitas normalmente somando as ineficiências de diversos dispositivos, como os equipamentos de energia e refrigeração. Normalmente, os valores utilizados para estimar a ineficiência dos equipamentos são bastante imprecisos e são descritos de maneira muito simples.

Projeto de data centers eficientes e ecológicos: desde a planta até o contato

 

 

Por Fernando Garcia
Vice Presidente para América Latina
APC by Schneider Electric

 

A eficiência elétrica em data centers não é precisa em instalações no mundo real. As estimativas de perdas elétricas são feitas normalmente somando as ineficiências de diversos dispositivos, como os equipamentos de energia e refrigeração. Normalmente, os valores utilizados para estimar a ineficiência dos equipamentos são bastante imprecisos e são descritos de maneira muito simples.
Contudo, estima-se que o custo total de propriedade (TCO) da infraestrutura física de redes críticas - um conjunto integrado formado por fontes de energia, cabeamento, racks, sistemas de ar condicionado e mecanismos de segurança e proteção - em um data center típico pode variar entre U$80.000,00 a U$150.000,00 por rack, em 10 anos. Desse TCO, o custo do consumo de energia elétrica representa cerca de 20% do total. Isso porque grande parte do consumo de energia elétrica é desperdiçada (na forma de energia térmica) e uma quantidade significativa desse desperdício é evitável. Estima-se que os data centers consumam mundialmente cerca de 40.000.000.000 de kWh de eletricidade por ano e a redução do desperdício associado a esse consumo é uma questão significativa de política pública e também uma preocupação financeira importante para os administradores de data centers.


Modelos simplificados típicos de eficiência em data centers subestimam o desperdício elétrico em data centers, no entanto, a eletricidade é uma parte significativa do TCO e há a possibilidade de melhorar a eficiência.


Segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE), mais de 50% da energia que entra em um data center típico se destina aos sistemas de energia e de resfriamento – e não chega às cargas de TI. O instituto avalia que um data center de 1 MW consome 177.000.000 KWh de eletricidade, que custa cerca de U$17.000.000 ao final de um ciclo de vida de 10 anos (a $ 0,10 por KWh), além de consumir:

 

 220.000.000 litros de água
 75.000 kg de cobre
 11.000 kg de chumbo
 17.000 kg de plástico
 37.000 kg de alumínio
 6.000 kg de soldas
 200.000 kg de aço
 32.000.000 kWh de energia primaria


Pontos importantes de referência:


 Cada MW em um data center corresponde a emissões de carbono de 4.300 automóveis
 Um data center típico de 1 MW desperdiça continuamente o equivalente às emissões de carbono de 1.000 automóveis devido a um projeto ruim
 O DOE calcula que, para 2015, com um projeto melhor de Data Center, podemos economizar o equivalente a emissões de carbono de 4.000.000 automóveis, equivalente à energia elétrica consumida por 1,8 milhões de residências norte americanas.
 A energia que poderemos economizar com um projeto melhor de data center ultrapassa significativamente a capacidade de geração de energia fotovoltaica mundial.


Grandes responsáveis pela ineficiência:


 Superdimensionamento de equipamentos de energia e resfriamento
 Sistemas de resfriamento com capacidades acima das quais foram projetados
 Projeto ineficiente da sala
 Padrões de fluxo de ar ineficientes
 Redundância (para disponibilidade)
 Equipamento de energia e resfriamento ineficientes
 Parâmetros de operação ineficientes no equipamento de resfriamento
 Filtros de ar ou água obstruídos
 Modo de economia de resfriamento desabilitado ou com mau funcionamento
 Piso elevado saturado com cabos
Eficiência de um data center


A eficiência de qualquer dispositivo ou sistema é a parte de sua entrada de energia (eletricidade, combustível, tudo que faz o sistema “andar”) que é convertida no resultado desejado útil – o restante, diferente do resultado útil, é considerado como “desperdício.” Esta fração da energia útil que é aproveitada em relação ao total da entrada de energia é normalmente apresentada na forma de porcentagem.


“Energia útil” é tudo aquilo que é considerado resultado desejado para o sistema específico, que pode depender não somente da natureza do sistema, mas também do contexto de sua utilização. Por exemplo, uma lâmpada incandescente cuja saída é composta de 5% de luz e 95% de calor pode ser vista como uma lâmpada com 5% de eficiência ou um aquecedor com 95% de eficiência, dependendo do uso: se está sendo utilizada para iluminar uma sala ou para aquecer um ambiente. “Saída útil” é tudo aquilo que faz sentido para o sistema analisado.


Para a infraestrutura física do data center, a entrada é a eletricidade, e a saída útil é a energia elétrica para os equipamentos de computação.


Oportunidades para aumentar a eficiência em data centers


A eficiência em data centers pode ser aumentada de três formas:


1. Melhorar o projeto interno dos ativos de TI do data center, de modo que consumam menos energia elétrica ao executar suas funções
2. Casar o dimensionamento dos componentes de energia e refrigeração mais próximo da carga de TI para que operem com uma maior eficiência
3. Desenvolver novas tecnologias que reduzam a necessidade de energia elétrica para alimentar funções de suporte das aplicações de missão crítica (como as técnicas de "resfriamento natural" mencionadas anteriormente)


Embora a eficiência de data centers possa ser determinada empiricamente somando o consumo de energia de todos os equipamentos de TI e dividindo pela entrada total de energia elétrica do data center, a técnica usual é baseada na eficiência informada pelos fabricantes dos principais componentes como UPS e CRAC (Sistemas de ar condicionado para salas de computadores).
Efeito do calor proveniente dos equipamentos elétricos e de resfriamento
Outro erro fundamental no modelamento da eficiência de data centers é a premissa de que a dissipação de calor dos equipamentos elétricos e de resfriamento (ineficiência) é uma fração insignificante da carga de TI e, portanto, pode ser ignorada. De fato, o calor gerado pelos sistemas de no-break e ar condicionado em um data center não é diferente do calor gerado pelos próprios equipamentos de TI, e também devem ser removidos pelo sistema de resfriamento. Isto gera uma carga extra para o sistema de refrigeração e cria a necessidade de superdimensionamento do sistema que por sua vez resulta em mais perdas de eficiência no sistema de resfriamento. Para contabilizar corretamente essas perdas, a carga de resfriamento deve incluir tanto os equipamentos de TI como as perdas dos dispositivos elétricos e de resfriamento localizados dentro do espaço com ar condicionado.


Custo da energia dos data centers x TI ecológica


Segundo o instituto de pesquisa Gartner, o custo da energia do data center está aumentando mais que qualquer outro componente do custo total e, provavelmente, a situação piore nos próximos anos, à medida que mais organizações ampliam suas infraestruturas tecnológicas. Mas ele acredita que há formas de enfrentar os desafios de energia e refrigeração e os custos associados à implementação de densidades tão altas: entrando no mundo da “TI ecológica” e do gerenciamento e monitoramento proativos da energia. A previsão quanto à eficiência energética é encorajadora, considerando que diferentes empresas já estão adotando sistemas de software para gerenciamento de energia e as emissões de carbono que ajudam a diminuir o consumo de energia e os custos associados mediante monitoramento e gerenciamento melhorados.


Já o Forrester Research, Inc.® desenvolveu um estudo em julho de 2010, indicando que no processo de adoção de soluções de TI ecológicas, no segundo trimestre de 2010, quase 20% dos pesquisados implementaram sistemas empresariais para gerenciamento de energia e emissões de carbono (ECEM). A Forrester afirma ainda que o papel cada vez mais importante das soluções de TI na hora de possibilitar processos de negócios ecológicos vai gerar novas e consideráveis oportunidades de crescimento para fabricantes e fornecedores de serviços de 2011 em diante. Dezessete por cento dos pesquisados já estavam projetando implementar um sistema ECEM em 2010 ou 2011 e outros 10%, depois de 2011.


Software integrado para gerenciamento de energia


A pesquisa do Gartner frisa a importância de uma abordagem integrada para gerenciamento de energia. Segundo o estudo, uma política de software de gerenciamento integrado é essencial para a operação de data centers modernos, quer sejam internos à empresa ou através de hosting ou contratação de recursos (cloud) externos. Como resultado de uma abordagem integrada, obtêm-se economias, eficiência operacional e melhor gerenciamento e projeção de capacidades ao mesmo tempo em que a normativa aplicável é atendida.


Segundo aponta o Gartner, “2010 foi o início da mudança em diversos processos, pois as organizações começaram a agir perante as conseqüências da grande recessão. Essas mudanças oferecem às empresas a oportunidade de aproveitar a tecnologia de TI em prol de um crescimento comercial importante e a otimização sustentada das operações comerciais, o que exige uma nova ênfase nos aspectos de inovação, custos, gestão de riscos e condução. Em 2011, o mais provável é que alinhar as soluções de TI com as necessidades comerciais seja cada vez mais importante.
Para atender à essa inovação, existem já no mercado um conjunto de soluções para gerenciamento que oferece aos gerentes de TI uma visibilidade única e total do data center tradicional e da infraestrutura. Essa visibilidade permite agilizar o monitoramento e o gerenciamento da energia.


A adequação energética


A energia inteligente é a que permite a integração arquitetônica de dados, energia, segurança, resfriamento e automatização do mundo digital.


Para a adequação energética é necessária a convergência entre as administrações elétricas, da tecnologia da informação, processos e máquinas, do edifício e da segurança, envolvendo todos os engenheiros: civis, mecânicos, elétricos, administradores de instalações e edifícios, engenheiros de fábrica, supervisores de produção e administradores de TI, com imperativo comum de negócios – a eficiência -, com foco interno comum – a sustentabilidade, e unificando as tecnologias que não estavam disponíveis anteriormente.


Para economias significativas e sustentáveis são necessários:


- Administrar a energia, o que melhora os negócios por meio de medição, monitoramento, soluções de controle e serviços de otimização de custos
- Melhorar os negócios por meio de serviços de cálculo e planos de ação de comportamento energético e serviços de implementação
- Procurar parceiros e fornecedores “verdes” para melhorar os negócios por meio de produtos redutores de energia e que favorecem o meio-ambiente.


Equação de Ehrlich:


O biólogo americano Paul Ehrlich revela como a degeneração do meio ambiente e as grandes epidemias podem avançar rapidamente se não for brecado o crescimento populacional do planeta, que está no ritmo de 1 bilhão de habitantes adicionais a cada 11 anos e sua proposta é reduzir o impacto da tecnologia a um fator de 10 vezes. Isso é possível com a tecnologia verde.


Segundo a equação de Ehrlich (I = P x A x T)*, o impacto ambiental [I] anual provocado pelo homem corresponde a 28.000.000.000 ou 28 GT (Giga Tonelada), ou seja, mutiplicando-se a população atual [P] (6,8 bilhões pessoas) pela renda per capita [A] multiplicada pelo impacto da tecnologia [T] (0,5 t CO²/US$ 1.000).


A previsão para 2050 é que esses valores crescerão muito se não for seguida a meta de redução a um fator de 10 vezes a emissão de carbono, ou seja, mantê-la a 450 p.p.m. (ponto por milhão – máximo recomendado). Para uma população estimada de nove bilhões de pessoas [P] multiplicado por US$ 12 mil [A] (PIB/População) multiplicado pelo impacto da tecnologia [T] (0,5 t de CO²/US$ 1.000), o impacto ambiental [I] será de: 54.000.000.0000 (54 GT).


Sendo assim teríamos, para uma população estimada de 9 bilhões de pessoas em 2050 [P] multiplicado por US$ 12 mil [A] (PIB/População estimado em 2050) multiplicado pelo impacto da tecnologia [T] (0,05 t de CO²/US$ 1.000 – reduzidos a um fator de 10 vezes), o impacto ambiental [I] será de: 5.400.000.000 (5,4 GT). Desta forma, o impacto ambiental daqui a quarenta anos, será menor que o impacto causado hoje.

Para evitar este impacto ambiental, sua proposta é reduzir o impacto da tecnologia [T] para 0,05 t CO², ou seja, diminuir a um fator de 10 vezes menos a quantidade de carbono emitida. E isso só será possível com avanços consideráveis na implementação das tecnologias verdes, as quais podem ter grande contribuição dos data centers limpos.

* I = P x A x T
I = Impacto Ambiental
P = População
A = Abundancia (PIB dividido pelo numero de pessoas)
T = Tecnologia (Impacto da tecnologia divido pelo PIB)

 

 

Conclusão


A Eficiência Energética é um dever e para cumpri-lo, precisamos mudar nossa maneira de utilizar a energia e reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GHE). Os datacenters precisam ter como meta:


Reduzir custo - Cada kWh economizado previne cerca de três vezes a produção de geração e a demanda de programas de resposta custa cerca da metade dos custos típicos de eletricidade;
Implementar agilidade – Há tecnologias disponíveis hoje com resultados a curto prazo que deixam os data center mais rápidos.